Neste romance, Agustina Bessa Luís mostra-nos uma perspectiva diferente da história entre D.Pedro e Inês de Castro.
Publicado em 1983, Adivinhas de Pedro e Inês questiona a veracidade do discurso oficial.
A narradora apresenta-se na 1ª pessoa e subjectiva. Pretende pesquisar a verdade por trás deste grande amor, mas percebe que é impossível descobrir uma verdade, pois esbarra em vazios intencionalmente deixados para que certos factos jamais viessem à luz:
"A História é uma ficção controlada. A verdade é coisa muito diferente, e jaz encoberta debaixo dos véus da razão prática e da férrea mão da angústia humana." (Capítulo X – A coroação)
Inês, nesta obra, aparece-nos firme e decidida, ambiciosa, e pretende chegar ao poder, o que pode ter sido a sua sentença de morte.
"(...) Era preciso destruí-la e, se possível, substituí-la pelo mito. (...) Ao exaltar o amor de Pedro e Inês nesse quadro romântico da obra tumular de Alcobaça, dá-se-lhe uma satisfação simbólica, tornando-o assim inofensivo para a sociedade."
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